sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Inclusão através da tecnologia

A área de negócios sociais – Soluções em Acessibilidade da Fundação Dorina Nowill para Cegos – lança com exclusividade o aplicativo AudiFoto. A novidade é mais uma tecnologia direcionada às empresas que desejam participar da inclusão de pessoas com deficiência em museus, exposições e locais em que as imagens são peças fundamentais para a experiência dos visitantes. O portfólio da área conta com produtos e serviços para que a sociedade se torne mais inclusiva e as empresas pratiquem sua responsabilidade social, inclusive atendendo à legislação.

 O aplicativo acessível para audiodescrição é produto exclusivo da Fundação Dorina e pode ser utilizado em diferentes ambientes sociais. O AudiFoto é gratuito e está disponível para iOS e Android a partir do dia 17 de setembro, e todos os interessados poderão usufruir do recurso nos locais em que for aplicado. O funcionamento é da seguinte forma: após análise prévia, audiodescritores da Fundação Dorina fazem um roteiro de descrição das imagens e ambientes e profissionais da voz gravam os áudios, que serão inseridos nos bacons, sensores que disparam a gravação conforme o usuário se aproxima das peças com seu próprio smartphone ou tablet que tenha o aplicativo instalado. O processo ainda inclui avaliação e validação feitas por pessoas com deficiência visual. Dessa forma, as pessoas cegas ou com baixa visão têm acesso aos detalhes e informações expostos em diferentes ambientes.

"O objetivo é proporcionar independência e autonomia às pessoas cegas e com baixa visão e que a sociedade esteja preparada para recebê-las, seja oferecendo informação, educação, entretenimento, cultura e lazer", afirma Flávio Coelho, gerente de Produtos Acessíveis na Fundação Dorina. "Recursos como a audiodescrição, fundamental para que pessoas com deficiência visual tenham uma experiência completa ao entrar em contato com imagens, estão entre as ferramentas que irão proporcionar inclusão deste público em diferentes ambientes sociais. O AudiFoto é mais uma ferramenta desenvolvida com este objetivo.".

O profissional explica que, diferente da audiodescrição presente em diversas exposições que oferecem informações complementares ao objeto em questão, a que é feita para pessoas com deficiência visual conta com linguagem específica. "Voltado para este público, as descrições das obras e ambientes disponibilizadas por meio do AudiFoto apresentam detalhes do que é visto, proporcionando maior interação do público com o meio".

AudiFoto: um app acessível a todos

O AudiFoto ainda permite a inserção de vídeos com LIBRAS – Linguagem Brasileira de Sinais e legendagem, ampliando o público de impacto.

O lançamento oficial do AudiFoto aconteceu na Fundação Dorina, em 21 de setembro – Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, em evento fechado para produtores culturais e museólogos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Acessibilidade

Nota da ONCB sobre máquinas de cartões touchscreen
A Organização Nacional De Cegos do Brasil (ONCB), instituição não governamental e sem fins lucrativos, representante de forma direta de 72 organizações de e para cegos legalmente constituídas, atuante em âmbito nacional e internacional, repudia à falta de acessibilidade nas máquinas de cartões de crédito/débito, que impedem que a pessoa com deficiência visual as utilizem com segurança e autonomia. 
Nos últimos meses, temos recebido constantes e inúmeras reclamações advindas de todo país de que máquinas de cartão de crédito e débito com tela touch têm dificultado ou impedido que pessoas cegas ou com baixa visão paguem suas compras com liberdade, autonomia, segurança e dignidade. 
Os  tradicionais modelos  de máquinas para pagamentos por meio de cartões de crédito e débito que contavam com sinalização tátil em alto-relevo no número 5 e nas principais teclas, rapidamente vêm sendo substituídas por máquinas de cartão de débito com telas touch. A “Moderninha” do PagSeguro, da Cielo e Payleven são algumas delas.
Ocorre que por possuírem um design falho e restritivo, essas máquinas privam as pessoas com deficiência visual da utilização do tato, sujeitando-as a grandes constrangimentos no ato da transação financeira, como tentar digitar várias vezes a senha até bloquear o uso, ter de passar a senha de seus cartões para que algum conhecido a digite ou mais grave, se estiver desacompanhada, ter de informar a senha para uma pessoa estranha digitá-la.
A ONCB entende que ao não contemplar requisitos de usabilidade e de acesso à informação em seus equipamentos de utilização de cartões de crédito / débito, as empresas violam inúmeros direitos basilares, como os constantes no bojo da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, tratado de direitos humanos internalizado em nosso ordenamento jurídico com status de emenda constitucional (Decreto nº 6.949/2009), dentre outros dispositivos legais de primeira prole. 
Longe de tolher qualquer avanço tecnológico, é imperioso que esses dispositivos e seus sistemas abarquem conceitos de acessibilidade e de desenho universal, de modo a permitir sua utilização, de maneira que em nenhuma hipótese a inovação represente prejuízo ou exclusão. 
Em face do exposto, a ONCB informa que tem adotado medidas em diversas esferas como Ministério Público Federal, ABNT e outros. Tais iniciativas visam dar ciência, sensibilizar, buscar soluções e de fazer valer as normas constitucionais e legais, instituidoras de um sistema normativo de direitos e garantias em favor das pessoas com deficiência. 

Moisés Bauer

Presidente da Organização Nacional de Cegos do Brasil

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Brincar ao ar livre faz bem à visão infantil, indica estudo


Um estudo realizado na China identificou uma possível maneira de conter o desenvolvimento de miopia em crianças.
Em pesquisa feita com 12 escolas chinesas, o resultado apontou que pelo menos 40 minutos por dia de brincadeiras ao ar livre trazem benefícios à visão de meninos e meninas.
Mingguang He e outros pesquisadores pediram a seis escolas que levassem os alunos para brincar fora todos os dias; como grupo de controle, as outras seis mantiveram a rotina de estudos dentro da sala de aula.
Os pais também foram estimulados a incentivar brincadeiras ao ar livre aos finais de semana – nesse ponto, os dois grupos se igualaram.
Depois de três anos, eles passaram a fazer testes com as crianças para identificar se havia sinais de miopia. No inicio do experimento, menos de 2% de cada grupo tinha o problema.
Entre as crianças das escolas que aplicaram a estratégia de brincar ao ar livre, 30% desenvolveram algum grau miopia (259 de 853 crianças). Já entre aquelas que ficaram nas salas de aula, 40% desenvolveram o problema (287 de 726 crianças) – a pesquisa só considerou 'miopia' os exames que apontavam pelo menos 0,5 grau.
A diferença não é grande, mas é significativa, dizem os pesquisadores. E ela se mantém mesmo quando se leva outros fatores em consideração, como o histórico familiar de miopia.
O estudo sugere que as crianças precisam equilibrar atividades realizadas mais de perto, em lugares fechados, como ler, com atividades que usam a visão à distância.

Conclusões

"Isso é importante clinicamente porque crianças que desenvolvem miopia cedo têm mais chances de que o problema avance com o tempo, o que também aumenta o risco de elas desenvolverem a miopia patológica", disseram os pesquisadores na publicação científica Jama.

"Além disso, um atraso no desenvolvimento de miopia em crianças pequenas, que tendem a ter uma maior taxa de progressão, poderia proporcionar benefícios gigantescos para a saúde dos olhos a longo prazo."

Na publicação, Michael Repka, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que mais estudos são necessários para confirmar e compreender as conclusões dessa pesquisa.
Segundo ele, os resultados do estudo podem significar que mais tempo ao ar livre limita a quantidade de tempo gasta em atividades realizadas mais de perto, em locais fechados; ou que estar mais exposto à luz do sol ajuda a desenvolver melhor as funções dos olhos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde divulgados no ano passado, o número de pessoas com miopia todo dobrou nos últimos anos no mundo. O problema costuma estar bastante ligado ao uso do computador ou de outros itens tecnológicos – como tablet, celular, etc – por muitas horas durante o dia.
No Brasil, um estudo realizados pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) em 2014 com crianças entre 9 e 13 anos que utilizavam computador ou videogame por seis horas ininterruptas mostrou que 21% delas desenvolveram algum grau de miopia.
Pesquisas internacionais, como a realizada na China, tentam descobrir se já existe uma forma de diminuir o risco de desenvolvimento do problema mudando hábitos das pessoas, principalmente na infância.

DIA D: INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO



Uma grande feira de empregos destinada às pessoas com deficiência vai movimentar Florianópolis no dia 26 de setembro. O “Dia D” acontecerá nas instalações do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), localizado na Avenida Mauro Ramos, a partir das 9h até 17h. A ação é promovida pelo Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Santa Catarina (SRTE-SC) e mais de 40 parceiros.
O “Dia D”, a exemplo do que já acontece em outros Estados, é um dia dedicado para o atendimento às pessoas com deficiência e aos beneficiários reabilitados do INSS, visando a inclusão no mercado de trabalho. Em Santa Catarina, será a primeira edição do evento, colocando frente a frente trabalhadores cotistas e empresas da Grande Florianópolis (São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz e Governador Celso Ramos), que não estão cumprindo a Lei Federal nº 8213/91, que determina as regras de contratação e inclusão desses trabalhadores.
O objetivo do “Dia D” é proporcionar a aproximação entre empresas, que devem cumprir a legislação, e as pessoas com deficiência em busca de uma oportunidade de emprego. Estandes serão montados no IFSC para o contato direto entre entidades, candidatos às vagas de trabalho e empregadores. Os profissionais poderão consultar a disponibilidade de vagas e os empresários receberão os currículos.
No dia do evento, além da oferta de vagas de emprego, cadastros no SINE e IGEOF, serão oferecidos diversos outros serviços, como: confecção de Carteira de Trabalho e Carteira de Identidade, assessoria jurídica pela Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da OAB/SC, cadastramento eleitoral biométrico, Triagem Auditiva realizada pela equipe do Instituto de Audição e Terapia da Linguagem – IATEL e esclarecimento a respeito de serviços previdenciários, especialmente BPC. 

INFORMAÇÕES ESTATÍSTICAS

A inclusão das pessoas com deficiência já é realizada em várias unidades do SINE no Brasil. Entretanto, apesar de toda a sensibilização junto às empresas, ainda se observa à resistência do empregador em contratar esse tipo de mão de obra. De acordo com o Censo de 2010 do IBGE, em Santa Catarina existem 1.331.445 pessoas com deficiência, o que representa 31% da população do Estado.
A Lei Federal nº 8213/91 obriga as empresas com mais de 100 funcionários a preencherem de 2% a 5% dos cargos com profissionais deficientes ou beneficiários reabilitados no seu quadro de efetivos. No cumprimento da lei, o MTE e MPT atuam para que as contratações aconteçam da melhor maneira possível, incentivando e cobrando das empresas sua responsabilidade legal e social, de modo a proporcionar às pessoas com deficiência e aos beneficiários reabilitados o acesso a uma vaga no mercado de trabalho em igualdade de oportunidades.
Segundo dados do Sistema IDEB (Sistema de Indícios de Débito de FGTs), utilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em Santa Catarina o cumprimento integral da cota implicaria na contratação de 18.558 pessoas com deficiência. Ou seja, a exigência, pelo sistema de cotas, é a contratação de apenas 1,39% da população com deficiência do Estado. Apesar de pequeno, referido índice ainda não foi alcançado, já que atualmente estão inseridos no mercado formal de trabalho em Santa Catarina, apenas 5.192 pessoas com deficiência ou reabilitados da Previdência Social, o que representa 0,39% do total de pessoas com deficiência do Estado.
Na Grande Florianópolis computam-se 2.017 contratações, de um total de 8.863 vagas de emprego que deveriam ser preenchidas por pessoas com deficiência. Portanto, mais de 6.000 vagas estão sem profissionais cotistas.

AÇÃO NAS RUAS

Desde o dia 26 de julho, quarenta ônibus da Grande Florianópolis circulam com campanha publicitária desenvolvida pelo MPT-SC e o MTE por meio da SRTE-SC. O objetivo da campanha em busdoor é estar presente nas ruas, despertando o interesse e a consciência da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. As mensagens da campanha, além do apelo, fazem uma chamada para o “Dia D”. Nesses dias que antecedem a data, estão sendo veiculadas mensagens em busdoor relacionadas aos deficientes visuais, auditivos, físicos e com deficiência intelectual.
Consórcio Fênix é parceiro do ‘Dia D’
O Consócio Fênix e as empresas de ônibus do transporte público da Grande Florianópolis disponibilizarão o maior número possível de veículos com acessibilidade integral no dia 26 de setembro, quando ocorrerá o ‘Dia D’ na Capital do estado. O evento promoverá a inserção de Pessoas com Deficiência (PcD) no mercado de trabalho da Grande Florianópolis e a intenção é garantir a locomoção de todos os interessados em participar da ação.
O compromisso foi firmado em reunião com a Procuradora do Trabalho Quézia de Araújo Duarte Nieves Gonzalez, representantes das empresas de transporte da região metropolitana e do coordena-dor técnico do Consórcio Fênix, Rodolfo Guidi.
As empresas também se colocaram à disposição para ajudar na divulgação, afixando cartazes sobre o ‘Dia D’ e enviando convites aos usuários do transporte coletivo portadores de deficiência física ou intelectual.

SERVIÇO

O que: Dia D
Quando: 26 de setembro de 2015
Onde: IFSC - Avenida Mauro Ramos, 950 - Centro - Florianópolis
Horário: Das 9h às 17h

Cartaz do evento trazendo as informações citadas no texto acima.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Concurso Literário

Iniciativas que promovam a inclusão das pessoas com deficiência merecem e precisam ser divulgadas. Um exemplo pode ser o concurso literário Dedos que Lêem promovido pela Fundação Cultural de Blumenau e Sociedade Amigos do Centro Braille de Blumenau. Acesse no link abaixo o edital e saiba como participar:

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Reunião discute métodos pedagógicos e acessibilidade para alunos com deficiência visual

O CAP recebeu nesta sexta-feira, profissionais da UNOESC Virtual do campus Joaçaba. O encontro que foi articulado pela Gerência de Capacitação, Articulação e Extensão – GECAE/FCEE – teve como objetivos discutir métodos pedagógicos e acessibilidade para alunos com deficiência visual que freqüentam esta instituição. A UNOESC foi representada nesta reunião pela coordenadora geral, Lucivani Gazzola, coordenadora pedagógica, Patrícia Aparecida Pedroso e as designers instrucionais, Greici Fernandez da Silva e Patrícia Bentach. O professor Luis Fernando Ferreira de Araujo junto com o coordenador Marcelo Lofi foram os representantes do CAP. 

Foto: Representantes do CAP e UNOESC em reunião.

Revisor do CAP participa de seminário internacional sobre o Sistema Braille

O Revisor do CAP, Josué Leandro da Rosa Coelho, participou na ultima semana do Seminário Internacional do Sistema Braille: Mãos à Obra! O evento foi promovido pela ONCB E União Latina Americana de Cegos - ULAC, na cidade de São Paulo nas dependências Do Hotel Jaraguá centro de SP. Estiveram reunidos profissionais da Comissão Brasileira do Braille e representantes do Conselho mundial e latino americano do Sistema Braille. Os painelistas debateram assuntos como: a importância do braille na educação e sua interação na tecnologia, o Sistema Braille no contexto brasileiro e a inclusão escolar da pessoa com deficiência visual. Questões dirigidas pelo público aos painelistas, abordaram problemas como: a falta de suporte técnico não oferecido pelo Ministério da Educação MEC na entrega de equipamentos e a demora na distribuição dos livros no formato Braille em termos de produção. Outro foco abordado pelo público esteve relacionado a fiscalização e o estabelecimento de parcerias com os centros de produção com a Comissão Brasileira do Braille. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A americana cega e surda que inspirou o mundo com seu exemplo de superação

Americana Helen Keller, que neste ano completaria 135 anos, aprendeu a falar e se transformou em porta-voz de pessoas com deficiências, pacifistas e ativistas pelo voto feminino. Em seus discursos, Helen Keller não economizava palavras e criticava duramente a classe política dos Estados Unidos, a quem acusava de "governar apenas para os ricos". Ela impressionava pela retórica, mas também pelo simples fato de conseguir se expressar pela fala. A americana, que em 2015 completaria 135 anos, é a mais famosa cega surda do mundo. E seu caso de superação, imortalizado na cultura americana, segue como um poderoso exemplo para as mais novas gerações.
Nascida em junho de 1880, em Tuscumbia, no Estado americano do Alabama, Keller perdeu a audição e a visão em consequência de uma virose, quando tinha menos de dois anos. Na época, os médicos não souberam explicar as causas, mas suspeita-se que ela tenha contraído febre escarlatina ou meningite. A partir de então e até os sete anos, Keller só se comunicava com a família através de gestos. Em uma tentativa de diminuir o isolamento da filha, Kate Adams levou-a a um médico, que recomendou os serviços de ninguém menos que Alexander Graham-Bell, o inventor do telefone, que trabalhava com crianças surdas. Dele, ouviu a recomendação de procurar o Instituto Perkins para Cegos, em Massachussetts. E foi lá que a menina conheceu Anne Sullivan, uma ex-aluna transformada em professora e que, durante 49 anos, seria uma companheira fiel de Keller. 
A chegada de Sullivan transformou a vida da menina: em abril de 1887, a deficiente visual conseguiu fazer com que Keller compreendesse a relação entre palavras e objetos - a professora usou uma bomba d'água e o método de soletrar substantivos como "água" na palma da mão da menina. Quatro meses mais tarde, Keller já conhecia 625 palavras. Aos dez anos, dominava tanto o braille quanto o alfabeto dos surdos-mudos. Ela também adotou um sistema para "ouvir" o que as pessoas lhe diziam - colocava os dedos sobre os lábios do interlocutor para fazer leitura labial. Seis anos mais tarde, já se expressava bem o suficiente para frequentar escolas comuns e mesmo o Radcliffe College, instituição de ensino superior "irmã" da Universidade de Harvard. Formou-se em Belas-Artes em 1904, aos 24 anos. Seus estudos foram pagos pelo magnata do petróleo Henry Huttleson Rogers, a quem Keller tinha sido apresentada por um de seus admiradores famosos, o escritor Mark Twain.
Sempre acompanhada por Sullivan, Keller iniciou uma rotina de campanhas pela melhoria nas condições de vida para pessoas com deficiências visuais e auditivas. Em 1915, ela fundou um instituto, levando seu nome, que desenvolve programas de prevenção para doenças oculares ao redor do mundo. Viajou por pelo menos 25 países para dar palestras e conhecer líderes. Nos EUA, conheceu 12 presidentes. Sua militância, no entanto, abrangeu causas mais universais. Keller foi uma famosa sufragista (defensora do direito feminino ao voto), pacifista e socialista convicta. Suas posições, por sinal, fizeram com que ela fosse considerada uma radical e alvo de críticas por parte dos setores mais conservadores da sociedade americana.
Isso, porém, não impediu seu reconhecimento: sua história é contada no currículo escolar dos EUA. Keller também escreveu 12 livros. Em 1961, uma série de derrames fez com que passasse seus últimos anos de vida longe da vida pública. Mas ainda houve tempo para que, em 1964, ela recebesse do então presidente Lyndon Johnson a Medalha Presidencial da Liberdade, uma das mais altas condecorações civis dos EUA. Keller morreu quatro anos depois. Seu corpo foi cremado, e as cinzas depositadas na Catedral de Washington, ao lado de onde jazem as de Sullivan. Além de homenagens domésticas, ela teve reconhecimento internacional, expressado também no fato de haver ruas com seu nome em Portugal, França, Suíça e Israel. E mesmo no Brasil - no bairro da Vila Mariana, em São Paulo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

CAP participa da I Oficina de Capacitação da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência.


A assistente social Moema Nobre de Faria participou na ultima terça-feira, 01/09, da I Oficina de Capacitação da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência da Macro Região do Grande Oeste, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde. Moema abordou em sua palestra aspectos gerais do Serviço de Reabilitação Visual, como procedimentos de acesso e dinâmica do serviço.

Foto da assistente social Moema palestrando. Aparece, também, o auditório com pessoas a assistindo.